Já é amplamente conhecida a premissa de que todos são capazes de
aprender, sem exceção - e que cada um se desenvolve de um jeito próprio -
e num ritmo particular. "Os professores sabem que a classe não responde
de forma homogênea à apresentação de um conteúdo de estudo e que nem
todos compreendem usando as mesmas estratégias cognitivas", explica
Jussara Hoffmann, especialista em avaliação e professora aposentada da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O que fazer, então?
Cipriano Luckesi, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sugere a
seguinte abordagem: "Se, ao verificar quem aprendeu o quê, o professor
percebe que um ou mais estão com dificuldade, é preciso repensar as
estratégias e materiais para eles". Ou seja, para quem acredita que
ninguém vai ficar para trás, a única saída é fazer a tal recuperação
sempre. Sempre significa durante todo o ano letivo.
A chave do
processo é avançar e retroceder ao mesmo tempo. Quem atingiu o esperado
tem de continuar aprendendo. E os demais não devem ser abandonados,
certo? "É preciso trabalhar as dúvidas em atividades, dentro da própria
sala de aula, assim que elas aparecem, em vez de deixar que se
acumulem", reforça Maria Celina Melchior, professora da pós-graduação em
Educação e coordenadora pedagógica da Faculdade Novo Hamburgo, na
Grande Porto Alegre.
O primeiro passo do professor é diagnosticar, em
detalhes, o que cada um sabe. Caso muitos tenham a mesma dificuldade: é
hora do professor retomar o conteúdo de um jeito novo, pois a aula
original provavelmente foi ineficaz. Se os problemas são diferentes, o
segredo também é apresentar a matéria de forma a proporcionar aos que
precisam a construção de outros caminhos.
Matéria original: Nova Escola
Site de pesquisa; Educar para crescer
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