Formado no campo da psicologia e da neurologia, o cientista
norteamericano Howard Gardner causou forte impacto na área educacional
com sua teoria das inteligências múltiplas, divulgada no início da
década de 1980. Seu interesse pelos processos de aprendizado já estava
presente nos primeiros estudos de pós-graduação, quando pesquisou as
descobertas do suíço Jean Piaget (1896-1980). Por outro lado, a
dedicação à música e às artes, que começou na infância, o levou a supor
que as noções consagradas a respeito das aptidões intelectuais humanas
eram parciais e insuficientes. Até ali, o padrão mais aceito para a avaliação de inteligência eram os
testes de QI, criados nos primeiros anos do século 20 pelo psicólogo
francês Alfred Binet (1857-1911) a pedido do ministro da Educação de seu
país. O QI (quociente de inteligência) media, basicamente, a capacidade
de dominar o raciocínio que hoje se conhece como lógico-matemático, mas
durante muito tempo foi tomado como padrão para aferir se as crianças
correspondiam ao desempenho escolar esperado para a idade delas. "Como o
aprendizado dos símbolos e raciocínios matemáticos envolve maior
dificuldade do que o de palavras, Binet acreditou que seria um bom
parâmetro para destacar alunos mais e menos inteligentes", diz Celso
Antunes, coordenador-geral de ensino do Centro Universitário Sant’ Anna,
em São Paulo. "Mais tarde, Piaget também destacou essa dificuldade e,
dessa forma, cresceu exponencialmente a valorização da inteligência
lógico-matemática."
Fonte: Nova Escola
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